quinta-feira, 28 de junho de 2018

Japão – Tudo o que você precisa saber

Finalmente, depois de alguns pedidos, vamos a mais um incrível destino: o Japão.

Afinal, quem nunca pensou em ir para o outro lado do mundo, não é mesmo? Bom, confesso que quando decidimos a viagem eu estava com um pouco de medo... “O que eles comem? Falam inglês? Como vamos nos virar com aquele transporte público muito louco?” Mas depois de muita pesquisa e a experiência em si, voltei com as expectativas superadas e todas as dicas para você não passar (quase) nenhum nervoso kkk.


Clima: O país é composto por 6852 ilhas (as quatro maiores são Honshu, Hokkaido, Kyushu e Shikoku). Por isso, o clima pode variar bastante. Mais ao norte, em Hokkaido, a temperatura é mais baixa, podendo chegar ao negativo no inverno, e já ao sul (Shikoku e Kyushu) é possível atingir mais de 30 graus no verão. Optamos pela primavera, que proporcionaria um clima ameno e agradável para nossas andanças.

Período: Surgiu a oportunidade de viajarmos no final de março para o Japão. Tínhamos apenas um mês para preparar tudo, mas seria uma ótima época. Contando com 1 dia de ida e 1 dia de volta, ficamos no total 18 dias em viagem.

Sakura: Planejamos nossa viagem para bater com o período das cerejeiras. O desabrochar das flores é muito rápido e o ápice (peak bloom) dura cerca de 4 dias. A temporada pode variar de acordo com o clima do ano, mas você consegue ter uma boa estimativa pelos calendários online como no site Japan Guide. O processo todo não dura 2 semanas. Visitamos algumas cidades em que havia apenas botões e outras em que as flores já estavam caindo, mas claro que conseguimos pegar alguns dias com as flores no seu auge!

Visto: Pois é, descobrimos que brasileiros precisam de visto para entrar no Japão. Apesar de ser tranquilo para consegui-lo, é preciso um pouco de dedicação, afinal, tivemos que levar na embaixada a reserva de todos os hotéis, além do roteiro detalhado e emissão das passagens! Depois disso, o visto saiu em uma semana.

Roteiro: Optamos por conhecer algumas cidades no país e não apenas ficar em um único lugar. Nosso roteiro começou em Tóquio e seguiu até Hiroshima (por isso foi importante ficarmos, pelo menos, 2 semanas). Programamos nosso roteiro da seguinte forma:

  • Tóquio: 5 dias (com bate-e-volta para Nikko)
  • Hakone: 1 dia
  • Nagoya: 2 dias (com bate-e-volta para Matsumoto)
  • Quioto: 3 dias (com bate-e-volta para Kurama)
  • Osaka: 2 dias (com bate-e-volta para Nara)
  • Hiroshima: 3 dias (com bate-e-volta para Miyajima)

Trens: O Japão é super famoso por seus trens, e a fama é justificada! É incrível a quantidade, velocidade, organização e conforto dos trens de longa distância. Eles têm tomada em cada assento, um espaço para as pernas bem maior do que aeronaves, todos os vagões têm banheiros, há cabines específicas para fumantes, assentos específicos para quem tem reserva e vagões para quem quer pegar o trem em cima da hora, sem reserva.

Direção: Podem dirigir no Japão apenas os estrangeiros que vivem há pelo menos 1 ano no país. Ou seja, para quem vai apenas curtir férias, esqueça o carro. Mas, quando for atravessar a rua, lembre-se de que no Japão opera a mão-inglesa no trânsito (ao contrário do Brasil).

JR Pass: Toda essa facilidade dos trens tem um precinho salgado. Se você for utilizá-los bastante, assim como nós, vale a pena adquirir um Japan Rail Pass, mas se for visitar apenas uma ou outra cidade, é melhor verificar o preço individual da passagem. O JR Pass é vendido para 7, 14 ou 21 dias (e os valores são € 225,00, € 361,00 e € 462,00, respectivamente).

No nosso caso, fizemos as contas e vimos que o JR Pass para 14 dias sairia financeiramente mais em conta, pois o valor de passagens individuais ficaria em € 500! A dica é que você pode não precisa iniciar seu JR no dia que chegar no país, você pode escolher a data que se encaixa melhor com o seu roteiro. Nós, por exemplo, ficamos os primeiros dias em Tóquio, utilizando o transporte metropolitano e só no 5º dia validamos nosso JR Pass. Isso sem contar a facilidade de trocar de trem ou de horário (coisa que não imaginávamos que iríamos precisar).

Atenção, ele só pode ser comprado fora do Japão (não é vendido para os moradores), então é preciso fazer a aquisição pelo site ou por alguma agência de viagens. Um voucher (como o da foto) é enviado pelo correio para ser trocado quando chegar no Japão.

Bagagem: Bom, já que íamos andar (e muito) de trem e trocar de hotel várias vezes, decidimos levar uma mala pequena. Confesso que foi um pouco difícil fazer caber tudo o que eu queria e manter um peso razoável, mas foi a melhor decisão tomada, já que carregamos a mala por muitas ruas do Japão rs. Não tem nada que um bom planejamento (e uma máquina de lavar roupa no meio do caminho) não resolva.

Coin Locker: Todas as estações de trens têm armários que abrem com moedas. Então, se você estiver em trânsito de uma cidade a outra, mas quiser fazer uma parada para conhecer algum ponto no meio, os coin lockers são sua solução! Os preços podem variar entre as estações, mas você paga uma vez só e pode deixar quanto tempo quiser (inclusive, mais de um dia). Outra vantagem das malas pequenas é que cabem 2 delas em 1 único armário grande.

Lojas de conveniência: O Japão é lotado de lojinhas estilo 7 Eleven; elas estão em todos os lugares e você vai encontrar de tudo nelas, por exemplo: comida, adaptador de tomada, roupas básicas, produtos de limpezas, souvenirs, etc! Elas serão as suas amigas!! Você também poderá contar com as infinitas máquinas de rua para matar a sede (como a da foto).

Comunicação: A não ser que você faça um super intensivo, não será possível aprender japonês no tempo de preparação como o que nós tivemos. Mas, é possível sim se virar com o inglês. Tivemos um pouco de dificuldade na comunicação, mas os japoneses são muito educados e predispostos a ajudar. Nestes momentos, palavras-chave em inglês e um pouco de mímica acabam resolvendo.

*Fonte: Sakura Mobile
Internet: Independente da boa vontade dos japoneses, sabíamos que um tradutor online e um mapa virtual eram imprescindíveis pra conseguirmos aproveitar a viagem sem perder muito tempo. Então começamos a procura por algum tipo de internet e acabamos encontrando duas opções: SIM Cards (chips de celular) ou o Pocket wifi (um aparelhinho que você carrega para onde for e que fornece internet para mais de um dispositivo). Nos dois casos, a opção comum é “alugar” – você retira em algum ponto combinado, como aeroporto, e depois coloca no correio antes de ir embora.

A melhor opção que encontramos foi o Trip Free: é um pacote em que você recebe um chip apenas para internet (sem ligações), com 500 MB grátis por 1 semana. Depois deste período, é preciso recarregar, mas o valor é baratinho. Além disso, ele tem parceria com alguns restaurantes, então se você fizer a reserva pelo Trip Free e comparecer no restaurante, ganha mais 100 MB. Valeu super.

Dinheiro: A moeda do Japão é o Iene (JPY) e ela tem alguns zeros a mais. Uma cotação aproximada seria 1 dólar = 100 JPY. O que você precisa saber sobre a forma de lidar com o dinheiro?
1. É respeitoso na cultura receber e entregar o pagamento com duas mãos juntas, lembre-se disso.
2. Guarde suas moedas!!! Elas pesam na carteira e eu queria sempre me livrar delas, mas os ônibus não têm cobrador, então é preciso ter o dinheiro certinho em moedas para não ficar sem troco. Todo ônibus tem dentro uma maquininha de trocar nota para moeda, mas ela aceita apenas notas menores, fique esperto!

Comida: Apesar de os restaurantes japoneses no Brasil terem o sushi como principal atração, a comida mais comum (e mais barata) no Japão é o noodle, aquele macarrãozinho. Tem o ramen, udon, soba, somen, mas o que varia é o tipo de farinha e a espessura da massa. Você pode pedir com carne, com ovo, com legumes, com tempurá, e nos restaurantes mais especializados, pode até personalizar o seu: mais ou menos molho, quantidade de pimenta, por aí vai. Claro que também há sushis e sashimis, entre outras coisas, mas o noodle você vai comer bastante. Ah, e dê uma treinadinha com o hashi caso você não domine a técnica, pois só vimos garfo e faca em restaurantes italianos no Japão.

Onsen: As famosas casas de banho do Japão atraem muita gente, mas existem várias regras sobre como se portar. Normalmente eles são construídos sobre fontes termais.

Primeira coisa que você precisa saber, a maioria é para entrar nu; são poucas casas que aceitam pessoas com roupa de banho - confira no site as instruções antes de fechar os pacotes. No entanto, eles são divididos entre homens e mulheres. Alguns não aceitam pessoas com tatuagem, então também cheque isso caso você tenha alguma. Todo mundo tem que tomar banho (não é só uma ducha) antes de entrar, é proibido entrar com a toalha na água, e também é proibido tirar fotos ou usar o celular. Fora isso, imperam as regras de boa convivência, é uma experiência bem individual e sem muito barulho. Quem já foi diz que gostou. E você, quer experimentar?

Cigarro: É proibido fumar nas ruas no Japão - dá multa! Mas existem áreas específicas para isso. Hotéis e restaurantes ainda oferecem possibilidade de fumante ou não-fumante.

Meias e sapatos: Se prepare para pôr e tirar os sapatos várias vezes – em templos, apartamentos, museus e alguns restaurantes. Por isso, se tiver algo de calçar fácil, prefira. No entanto, caso você esteja de chinelo ou sandália, não é muito elegante entrar com o pé descalço, opte por colocar uma meia ou utilizar uma pantufa (quando são disponibilizadas).

Lixo: como uma medida anti-terrorismo, o país praticamente não tem lixeiras públicas. Mas como eles fazem? Tenha sempre com você um saquinho e guarde o seu lixo do dia até encontrar uma lixeira ou voltar para o hotel. Nem nos banheiros públicos você vai encontrar lixo para jogar o papel após lavar mão, uma vez que cada um tem o seu lencinho individual – chamado Tenugui – para secar as mãos (é super moda no Japão e você pode comprar o seu e/ou levar de lembrancinha).

Este foi o primeiro apanhado de informações, para você ter um pouquinho mais de ideia sobre como é uma viagem pra lá.

Semana que vem você verá aqui tudo sobre o período das cerejeiras: onde, quando, quanto e como. Até lá!

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