quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Oslo e a trilha de Rallarvegen – Noruega

Minha vez de falar... por Lina Lee


Lina, Juliano e a lenda dos trolls
Desta vez o Hobby do Dia abre as portas (ou melhor, as páginas) para a Lina Lee! Eu conheci a Lina lá em São Paulo, mas ela também não está mais lá, disse tchau pra nossa selva de pedras e foi morar com o maridinho em Gotemburgo, na Suécia! E agora, do outro lado do mundo, ela está cheia de novas experiências e aventuras – uma delas, inclusive, você lê abaixo!


À pedido da querida Amanda, vou escrever sobre a minha viagem para a Noruega. A Noruega é um dos países nórdicos e faz fronteira a leste com a Suécia e ao norte com a Finlândia e a Rússia. Seu idioma oficial é o norueguês e sua moeda a coroa norueguensa (NOK). Não é membro da União Européia, porém não precisa de visto para entrar a turismo até 90 dias. Passei 6 dias e dividi em duas viagens:

Primeira parada: Oslo


Oslo é a capital da Noruega, conhecida pela sua arquitetura moderna misturada com prédios e construções históricas, como o Palácio Real de Oslo, o Museu Histórico, a Galeria Nacional de Arte o Teatro Nacional. A cidade possui uma população de 2 milhões de habitantes e é considerada uma cidade global. Eu particularmente não achei a estrutura das ciclovias das melhores, então preferi andar com transporte público. Vale ressaltar que Oslo é considerada uma das cidades mais caras do mundo $$$, então vale a pena se programar com um orçamento mais alto para não passar sufoco. O bilhete de ônibus custa cerca de R$ 16,00 por 90 min (NOK$ 35,00), caso você fique mais tempo na cidade, vale a pena comprar bilhete semanal para economizar. 

Destaques:

1. Den Norske Opera & Ballet: com certeza um dos principais pontos turísticos de Oslo, a casa de ópera tem uma arquitetura bem moderna com traços angulares e é possível subir para o topo e aproveitar a vista. Há diversos concertos no verão, entre Julho e Setembro a preços acessíveis a partir de R$ 35,00. A Opera House fica de frente ao mar e bem no centro da cidade, com certeza uma atração obrigatória.




2. FRAM Museum: Oslo possui mais de 10 museus, então há opções mais do que suficiente para escolher. Um dos que escolhemos foi o FRAM, o museu sobre as expedições polares. O mais legal é que o próprio navio polar é o museu, onde você pode entrar no navio nos diversos andares e cômodos e entender como a tripulação vivia, ver a estrutura e imaginar como foi uma expedição desafiadora. Há algumas atividades interativas, uma réplica de iglu (sem refrigeração, apenas a estrutura) e muito material disponível. Este museu fica perto de outros dois, o Norks Folkemuseum e o Vikingskipshuset, caso queira visitar os três já fica mais prático. O preço da entrada é cerca de R$ 60,00, porém é possível comprar um bilhete que englobe entradas de outros museus e economizar no preço.



Há muitas lojinhas, feiras nas praças, é bem gostoso para passear e aproveitar o dia. Na Noruega há a lenda dos trolls, então você verá sourvenir de trolls por todos os lados! 


Segunda parada: Rallarvegen


Rallarvegen é o nome da trilha que originalmente foi criada para transportar materiais durante a construção da linha ferroviária que conecta Oslo a Bergen e atualmente é utilizada para trilhas de bicicleta, carro (alguns trechos) e a pé. São 82 km que percorrem montanhas, glaciais, cachoeiras, rios e os famosos fiordes noruegueses. A melhor época para fazer a trilha de Rallarvegen é entre Julho a Setembro. 


Fonte: Rallarvegen.com

Eu me considero uma pessoa com bom condicionamento físico e ando de bicicleta na cidade, mas achei a trilha extremamente puxada, com diversos trechos de subida e descida íngremes. Para quem não tem um bom condicionamento físico ou não gosta de esportes mais pesados, recomendo apenas a trilha de Flåm, que explicarei mais abaixo. 

Fiz os 82 km em 3 dias, pernoitando nos vilarejos ou cidades por onde a trilha passa, portanto não pude levar uma mala e sim uma mochila daquele estilo mochilão. Caso queira fazer desta forma, recomendo levar o mínimo de roupa e itens possíveis, pois cada quilograma faz diferença, e recomendo alugar junto com a bike malas que você possa prender na lateral dela, para aliviar o peso. A trilha começa em Haugastøl, é possível pegar um trem de Oslo sem problemas.

  • Dia 1: Haugastøl até Finse

 São 27 km que começam tranquilos, podendo aproveitar a paisagem que é de tirar o fôlego. Neste primeiro dia é puxado, há bastante subida, algumas até tivemos que empurrar a bike – tanto por ser muito inclinada, quanto pelo estado da trilha (cascalho, pedras soltas ou areia). 

É possível ver cabras, ovelhas pelo caminho e encontramos até uma raposa, não há perigo pois ela tem medo dos humanos e se esconde. Fomos no final de Junho para Julho, ainda tinha neve em alguns trechos, mas o clima estava bem quente. Pernoitamos em um hotel chamado Finsehytta, que é um ponto de começo para trilhas diversas, muito bonito e há opções de trilhas ou tour de um dia por lá. Fizemos o primeiro dia em 4h30, parando para tirar foto, lanchar, descansar.




  • Dia 2: Finse até Vattenhalsen

Este dia foi super puxado, fizemos 38 km em 7h30 com muita subida, descida, trechos ainda com neve, então tivemos que empurrar a bike com cuidado porque estava bem escorregadio. 

É interessante ver que a paisagem vai mudando, o primeiro dia eram mais lagoas, montanhas não tão altas, muita vegetação. No segundo dia as montanhas vão ficando mais altas, muitas cachoeiras, pontos com neve e a altitude vai aumentando. 

Mesmo com a neve, não se engane! Protetor solar é essencial, tive insolação porque, devido à alta altitude, os raios solares são muito fortes e, como a trilha era muito difícil, ficamos o dia inteiro pedalando com o sol na cara, já que no verão o sol se põe perto da meia-noite!

Dormimos no Vatnahalsen Hotell, acredito que um dos únicos disponíveis na parada. Há também passeios e trilhas disponíveis perto do hotel, porém estávamos tão cansados que preferimos descansar para o terceiro e último dia.



  • Dia 3: Vatnahalsen até Flåm

Parte de descida na trilha
Último dia e o mais tranquilo, 17 km onde 2 km são de descida e o resto é praticamente em estrada asfaltada (ufa!!!). A trilha começa com os 2 km de descida super íngreme – caso você não esteja acostumado a andar de bike em terreno íngreme e difícil, sugiro descer empurrando a bike, como eu. 

Depois da descida você passa por uma fazenda que fica no meio dos fiordes, onde você pode degustar queijos caseiros. Na Noruega existe o brunost (queijo marrom em norueguês), que é resultado de uma mistura de queijo, creme e soro de leite. Tem gosto de doce de leite com queijo, muito bom! Depois da fazenda a trilha se une a uma estrada asfaltada, muito tranquila de pedalar, apenas tome cuidado com os carros. Acho que o terceiro dia tem as paisagens mais lindas, porque você pedala entre os fiordes, muitos rios, cachoeiras. 

Flåm: ficamos 1 dia a mais em Flåm e vale muito a pena. É uma vila que fica no meio dos fiordes, um ponto turístico super conhecido e voltado para o turismo. Diariamente, recebe cruzeiros de todos os lugares do mundo e tem uma beleza espetacular. Por ser um ponto turístico é bem caro, mas oferece tour de barco aos fiordes, tour de caiaque, entre outras atrações.

Infelizmente, as fotos não mostram com fidelidade a beleza do lugar, mas considero esta viagem uma das melhores que já fiz, tanto pelo desafio de pedalar 82 km no meio da natureza como pela beleza incrível e singular da Noruega. Recomendo a todos que viagem à Noruega, país super tranquilo, seguro e lindo!” 💗





E ai, vai encarar? Depois de Flåm, a Lina e o Juliano devolveram as bicicletas alugadas e voltaram de trem... Mas nada te impede de fazer o caminho contrário kkk.

Tenho certeza que foi uma viagem INCRÍVEL!!

Até a próxima.

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