quinta-feira, 23 de julho de 2015

Santiago - Chile

Minha vez de falar... por Mariana Anauate



Cerro Santo Lucia
Hoje resolvi colocar em prática uma ideia que tive desde o começo, convidar pessoas queridas e abrir espaço para que elas contem suas próprias experiências. Assim, quem estiver lendo ganha uma pausa de mim (só por um pouquinho) e tem acesso a outras ideias, dicas e passeios que talvez eu deixasse passar. Para estrear nosso momento “Minha Vez de Falar”, vamos com Mariana Anauate – jornalista, amante dos animais, que resolveu, de uns tempos pra cá, enfiar a cara no mundo dos viajantes (go girl)! E agora seguimos direto para o Chi chi chi le le le...

Mesmo quem nunca esteve na Europa vai acreditar que já visitou o continente quando se deparar com Santiago. As ruas podem ser limpas, mas o ar poluído, bem visível do alto do Cerro San Cristóvan, vai te fazer lembrar de São Paulo. Ah! O trânsito também. Mas nada que se deixe frustrar quando você prestar atenção na vista panorâmica da cidade que este morro e o de Santa Lucia proporcionam ao chegar ao topo deles. Ainda mais quando o som de todas aquelas buzinas e motores de carros somem ali do alto. É quase como se você estivesse chegando ao céu, uma paz indescritível e uma sensação de que tudo ali é só para você, mesmo com todos os outros turistas ao redor. 

Bebida chilena doooce

Ali no alto vale tomar mote con huesillhos, bebida típica chilena à base de pêssego desidratado, caramelo e trigo mote (um tipo de grão), que é servida gelada, ótima opção para refrescar toda andança pelo Cerro (haja escadarias para subir e descer e perder o fôlego). Mas compre uma água também, a bebida lembra o mate das areias cariocas, mas é beeeeem doce, um limãozinho espremido é o toque que falta.

Os souvenirs vão te deixar com os olhos brilhando, mas deixe para comprar as lembrancinhas depois de visitar o Cerro Santa Lucia. No pé da “mini montanha” há uma feirinha bastante tradicional no bairro com muita variedade de artigos típicos (bijuterias de lápis-lázuli, roupas, lãs de alpaca – a lhama chilena, fora os produtos derivados de Canabis, vulgo maconha) e com preço bem mais em conta.

Ir para o Chile e não provar os famosos vinhos chilenos não é uma opção. É como ir para Natal é não andar de bugue pelas dunas. Não deixe de incluir no seu roteiro uma visita à Concha Y Toro, ou à Santa Carolina, ou à Santa Rita, ou a qualquer outra vinícola que descobrir. Dizem as boas e as más línguas (como você preferir) que o passeio pela Concha Y Toro tem um viés mais comercial, enquanto as outras proporcionam uma visita mais intimista. Mas em todas você terá a oportunidade de provar um bom Cabernet Sauvignon, ou um Carménère, e sair de lá acreditando que já é um sommelier, tanto pelo aprendizado, quanto pela tontura que os vinhos irão te proporcionar.


La Chascona
Fora as subidas e descidas dos cerros, a cidade é totalmente plana. Você consegue explorar bem Santiago apenas com as pernas e um auxílio aqui e ali do metrô, que apesar de antigo, cruza todo o município, chegando até mesmo a divisas com outras pequenas cidades. Vale um passeio a pé pela região central, partindo do Bairro Bellavista, onde você encontra a famosa La Chascona (casa MARAVILHOSA do Neruda) e o famoso Patio Bellavista, passando pelo Museu Nacional de Belas Artes, pelo Mercado Central para provar peixes e frutos do mar frescos. Uma paradinha no Palácio de La Moneda para fotos também é válida, principalmente se for um lindo dia de sol, o cenário fica incrível, e outra na Catedral de Santiago para ficar com os olhos arregalados de tanta beleza. Com certeza é mais uma construção que vai te remeter à Europa, mesmo sem ter passado pela Espanha, ou França, por exemplo.

Mari conhecendo o Pacífico!
Fugindo um pouco da capital, o litoral chileno, banhado pelo Pacífico, também tem sua mágica, principalmente por conta do mar agitado. Valparaíso e Viña del Mar são cidades contínuas, como Santos e São Vicente, mas uma bem diferente da outra. Enquanto a primeira apresenta construções antigas e charmosas, sendo uma delas La Sebastiana (outra casa do Neruda, há uma terceira em Isla Negra), no alto dos cerros – a cidade possui apenas sete quadras de construções na área plana, todo resto é construído no decorrer dos morros), a outra é quase tipo uma Vegas – cidade rica, com edificações novas e super modernas. O contraste “cidade pobre X cidade rica” é bem nítido, ainda mais porque é possível passar pelos dois lugares em um dia.

Agora voltando à capital, a noite chilena também é bem peculiar, principalmente pelo ritmo local, o famoso reggaeton. É como se fosse o funk deles, mas com letra, dança e batidas bem diferentes do funk brasileiro. A música é bem tem ritmo forte, muitas batidas, mas as letras normalmente falam sobre relacionamentos. Vale começar a se habituar a esse tipo de música com os mais recentes sucessos de Enrique Iglesias: El Perdón e Bailando, são estilos mais leves da dança. Aliás, você já conhece esse ritmo de uma bem famosa: Gasolina, de Daddy Yankee, duvido que você nunca tenha dançado essa em terras brasileiras! Clique aqui para ouvir!

Mas a noite não se resume em reaggeton. Há ótimos bares no bairro Bellavista e também casas com todos os ritmos de música latina. Fica a dica para a Nuestra Casa, onde você entra e fica com medo de todos aqueles passos mirabolantes de Salsa, mas sai de lá quase um caribenho nativo. Ah! E também sai bem tonto de tanto rodopiar.

Com essas dicas e um pouquinho mais da sua curiosidade rodopie bastante por Santiago, você vai gostar!


A Mari passou 4 dias em Santiago durante o feriado de Corpus Christi. Assim como ela, eu também viajei em um feriado, mas o meu era Natal. Santiago estava super cheia, com pessoas indo às compra de última hora e um calor sem fim, mas a cidade continuava muito receptiva. Abaixo estão algumas outras informações interessantes para os viajantes:

      Centolla
  • A moeda do país é o peso chileno. A conversão é um pouco complicada, 1 real equivale a aproximadamente 202 pesos, então é sempre bom ter uma calculadora ao lado na hora das compras.
  • Lápis-lázuli é pedra azul, bastante famosa na região. É utilizada como gema para fazer joias. Como ela disse, pode ser um pouco carinha dependendo do local.
  • Mercado Central: você precisa passar pela experiência de comer a Centolla, o caranguejo gigante.
  • Palácio La Moneda: é a sede do governo. Dia sim, dia não, há uma cerimônia de troca de guarda com banda e tudo mais. Pergunte ao recepcionista do seu hotel/hostel o dia correto.
  • Patio Bellavista: o centrinho comercial e gastronômico tem restaurantes para todos os bolsos. Experimente o pisco, a bebida de lá. E muito, muito cuidado com os taxistas que saem do Bellavista. Como a maioria das pessoas visita o local à noite, eles inventam uma tal de “bandeira 2” que faz o taxímetro rodar loucamente. NÃO CAIA NESSA! De acordo com o pessoal de lá, se alguém te falar isso, você pode chamar a polícia!
  • Restaurante Giratório: sim, ele gira, mas é bem devagarzinho e dá para fazer a refeição de olho na vista 360º de Santiago. :)


Adiós! Hasta la vista!

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